segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ideias sobre Educação Musical

A primeira idéia sobre educação musical que eu gostaria de comentar, diz respeito a uma educação musical para todos, diferente da visão de uma formação de músicos profissionais. Joly (2007) coloca que poucas pessoas têm uma idéia correta do que venha a ser a educação musical e do seu papel na educação formal dentro de um contexto escolar. A autora cita que Hentschke (1995) acredita na existência de um preconceito no que se refere ao fazer musical e que isso decorre da idéia de que o acesso ao conhecimento musical deveria se dar apenas aos talentosos e aos economicamente privilegiados. A mesma autora, segundo Joly, coloca alguns benefícios que a educação musical pode trazer, nos quais eu acredito: “o desenvolvimento das suas sensibilidades estéticas e artísticas, o desenvolvimento da imaginação e do potencial criativo, um sentido histórico da nossa herança cultural, meios de transcender o universo musical imposto pelo seu meio social e cultural, o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor, o desenvolvimento da comunicação não-verbal” (JOLY: 2007, p.5).
Retrocedendo um pouco na história, gostaria de citar Koellreutter que, segundo Fonterrada (2005), foi um dos mais importantes nomes da educação musical no Brasil. Isso tanto pela quantidade de alunos que ensinou como pela visão que teve com relação aos novos paradigmas que influenciaram a maneira de encarar a Educação Musical e questionar seu valor (em 1971 a LDB extinguiu a educação musical das escolas e a substituiu por educação artística). De acordo com a autora, Koellreutter continuamente incentivava seus alunos a improvisarem e criarem, buscando, porém, preparar, discutir e estruturar essa improvisação, para que não fosse algo sem sentido. Essa reflexão em busca da construção de um conhecimento me chama atenção em suas idéias. Seu método era baseado na liberdade de expressão e na busca da identidade de cada aluno. Ele incentivava os alunos a buscar seu próprio caminho, sempre com liberdade de pensamento. O educador acreditava em uma educação musical humanizadora, “cujas categorias de treinamento, conteúdo e padrões de instrução iriam proporcionar uma relação realística entre o estudo e as realidades da vida profissional e que iria preparar os jovens músicos para uma carreira de real relevância na sociedade em que vivem” (KOELLREUTTER: 1977).
Foi a convite de Koellreuter e Ernst Widmer, segundo Rocha (1990), que Edgar Willems veio ao Brasil, em 1963 para ministrar um curso de 6 semanas, fundamentando seu método e seus princípios em direção a uma educação humana através da música. Carmem M. M. Rocha cita que, ao conhecer a obra do autor, convenceu-se da “real possibilidade da educação através da música. Música ao mesmo tempo lúdica, terapêutica, ética, artística, social, educativa em benefício do Ser Humano” (ROCHA: 2009). A autora, que pode ser considerada, segundo Paz (2000) a maior especialista brasileira no método Willems, coloca ainda que o método nos leva a entender a relação da música com o ser humano, onde o aspecto fisiológico estaria ligado ao ritmo, o afetivo à melodia e o mental à harmonia. Willems, em sua obra, revela “uma grande preocupação com o início, as bases da Educação Musical, com a preparação filosófica, psicológica e pedagógica que o professor necessita ter para poder assentar sua prática em princípios corretos, que possam, através da música, estimular o desenvolvimento da criança como um todo, integrando-a de forma ativa e prazenteira no seu ambiente social” (PAZ: 2000, p.250). Essa preocupação em estimular o desenvolvimento como um todo, a meu ver, é fundamental para a formação da criança.
Teca Alencar de Britto, também demonstra uma preocupação com a formação integral da criança e adota uma concepção construtivista para o ensino de música, defendendo conteúdos, metodologias e estratégias que revelam “posturas consideradas adequadas a uma concepção que entende a música como linguagem e área cujo conhecimento a criança constrói” (BRITTO, 2003 p. 200).
Outra educadora com cujas idéias simpatizo é Josette Feres. Para ela o “objetivo principal do curso de musicalização infantil é desenvolver, na criança, o prazer de ouvir e fazer música” (FERES, 1998, P.13). Feres (1989) acredita numa educação musical onde a criança adquira sensibilidade para os fenômenos musicais e possa se expressar por intermédio da música, seja cantando, assobiando ou tocando um instrumento.

BRITTO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil. São Paulo: Peirópólis, 2003.
FERES, Josette S. M. Bebê: Música e Movimento: orientação para musicalização infantil. São Paulo: J. S. M. Feres, 1998
________. Iniciação musical: brincando, criando e aprendendo. São Paulo: Ricordi Editora, 1989
JOLY, Ilza Zenker Leme. Educação e educação musical: Integrando conhecimentos para compreender a criança e as relações que ela estabelece com a música. – texto disponibilizado na disciplina Prática e Ensino em Educação Musical 1 do curso de Educação Musical. UAB - UFSCar, 2007
KOELLREUTTER, H. J. O ensino da música num mundo modificado En: Anais do I Simpósio Internacional de Compositores. São Bernardo do Campo, Brasil, 4/10 outubro 1977. Disponível em: Acesso em 10 mar. 2009
PAZ, Ermelinda. Pedagogia musical brasileira no século XX: metodologias e tendências. Brasília: Editora Musimed, 2000.
ROCHA, Carmem M. M. Foi Assim.... Contato do Método Willems no Brasil. Disponível em Acesso em 11 mar. 2009
ROCHA, Carmem M. M. Educação Musical: Método Willems. Salvador. Faculdade de Educação da Bahia, 1990

domingo, 8 de novembro de 2009

Nossos novos widgets

Widgets são acessórios complementares que podemos adicionar em um site ou blog, para melhorar suas funcionalidades e enriquecer as páginas Web. Você notou nossos novos widgets? Eles estão no canto esquerdo da página!
O primeiro deles é o logotipo da nossa escola. Nosso blog não poderia ficar sem o logo, não é mesmo?
Se você olhar abaixo do logo, verá que há uma caixa de pesquisa. Através dela, você pode pesquisar no blog ou diretamente na web.
O widget de seguidores já estava lá e continua aguardando que você se torne um seguidor também!
Por fim, temos um contador de visitas, para que possamos acompanhar nossos visitantes no blog.
Espero que tenha gostado das atualizações! Ah, lembre-se de deixar seu comentário!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Histórias na Educação Musical

Utilizar histórias na educação musical torna as aulas mais interessantes para as crianças. Uma das maneiras de se fazer isso é contar uma história que esteja relacionada a uma música, como no exemplo do vídeo abaixo. O livro utilizado, "O Caracol", ajuda a criança a compreender um pouco mais sobre esse bichinho e consequentemente, a letra da música se torna mais significativa para ela. Para a atividade ficar ainda mais rica, utilizamos a música para fazer uma brincadeira que envolve roda e movimento.

Confira no vídeo abaixo! E atente ao fato de que a narração foi feita por uma criança de 2 anos e 20 dias! Uma fofa!!!

Ah, não esqueçam de deixar comentários!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Dalcroze e a educação musical

O educador Emile-Jacques Dalcroze, filho de pais suíços, nasceu em 1865 em Viena e faleceu em 1950. Foi professor no Conservatório de Genebra e suas observações o levaram a “propor um trabalho sistemático de educação musical baseado no movimento corporal e na habilidade de escrita” (Fonterrada, 2005, pag 110). O início de suas investigações, segundo Fonterrada (2005), se deu ao constatar que mesmo os bons alunos apresentavam dificuldades para cantar acompanhando os influxos rítmicos das melodias. Eles conseguiam compreender intelectualmente a rítmica das melodias, mas não controlavam os movimentos de seu aparelho vocal. A mesma autora coloca que na época, o ensino de música não promovia as ligações entre a atividade intelectual e as sensações auditivas. Assim, os alunos não imaginavam o som das notas que utilizavam nos seus exercícios de harmonia. Também sua execução era pouco musical, de forma mais mecânica. Dalcroze percebeu então que deveria fazer um trabalho corporal para desenvolver nos alunos a coordenação entre olhos, ouvidos, mente e corpo, tão necessária para uma execução vocal ou instrumental. O educador desenvolveu um sistema de treinamento musical rítmico que proporcionava uma constante comunicação entre o cérebro e o corpo. Assim, o sentido rítmico se transformava numa experiência corporal. Esse sistema passou a ser conhecido como euritmia, que é um meio para se atingir a plena musicalidade. Algumas pessoas confundem a euritmia com algum tipo de dança, mas os movimentos utilizados são improvisados pelos próprios alunos, impulsionados pela música.

Segundo Moreira (2005), “o método Dalcroze hoje é destacado apenas por seus aspectos rítmicos, de maneira que não há a aplicação integral do método do modo como foi concebido”. O método defende uma educação por e para a música e se divide em três partes: euritmia, solfejo e improvisação. Moreira ainda afirma que para o educador, a experiência sensorial e a prática devem anteceder o pensamento intelectual e a teoria. Iramar Rodrigues, brasileiro e erradicado na Suíça, professor do Instituto Dalcroze em Genebra, cita que para Dalcroze, a euritmia não era um “fim”, mas um “meio” e que ela deveria “ser a base da educação das crianças, como também a do estudo da música”.

FONTES
FONTERRADA, Marisa T de O. De Tramas e Fios: um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Editora UNESP, 2005

MOREIRA, Ana Lucia I. G. Iniciação ao Piano para crianças: um olhar sobre a prática pedagógica em conservatórios da cidade de São Paulo (dissertação de mestrado). São Paulo: UNESP, 2005

RODRIGUES, Iramar E. A Rítmica de Émile Jacques-Dalcroze: Uma educação por e para a Música. (apostila de curso realizado em 2008 – São Paulo)

Dalcroze, Orff, Suzuki e Kodály: semelhanças, diferenças, especificidades. Disponível em: www.dianagoulart.pro.br/english/artigos/dkos.htm Acesso em 3 nov. 2009.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Construindo chocalho externo com guizos

Materiais utilizados:

  • 4 guizos de tamanhos iguais
  • 1 pedaço de arame
  • 1 par de hashis (palitos japoneses utilizados em culinária)
  • Barbante
  • Fitas para decoração
  • Cola quente

Ferramentas necessárias:

  • 1 alicate de ponta

Método de construção:

  1. Passe o arame dentro de cada guizo e, com ajuda do alicate, dê uma volta no arame para que os guizos não escapem. Deixe uma distância bem pequena entre um guizo e outro (quase encostados).
  2. Se os palitos estiverem separados, junte os dois e coloque o arame com os guizos no meio deles, de modo que o primeiro guizo fique na extremidade mais fina dos palitos e os outros se disponham perpendicularmente aos palitos.
  3. Com a cola quente, comece a colar o barbante na ponta dos palitos em que ficou o primeiro guizo e vá enrolando o barbante em volta dos palitos e do arame, colando-o com a cola quente. Somente os guizos ficam aparecendo, o arame é encoberto pelo barbante juntamente com os palitos.
  4. Agora utilize as fitas para decorar. Pode ser fita adesiva ou fitas de tecido (nesse caso, devem ser coladas com a cola quente).
  5. Podem ser utilizados, em outros chocalhos, outros guizos menores ou maiores, de modo a formar uma “família” de chocalhos.

O papel da inclusão digital no processo educativo


Imagem disponível em: http://www.esb3-caldastaipas.pt/moodle/file.php/1/Etiquetas/informatica.jpg



Por Inclusão Digital, entende-se o acesso para toda a população às tecnologias de informação e comunicação, oferecendo-lhes as condições para que elas consigam utilizar os computadores e outros dispositivos digitais com a finalidade de melhorar suas condições de vida e da comunidade como um todo.

Porém, qual a relação que isso tem com o processo educativo?

Na atualidade, o uso dos recursos tecnológicos existentes leva-nos a pensar numa perspectiva diferente e mais eficaz de ensino-aprendizagem. Segundo Meregalli et al, o uso das novas tecnologias, no processo educativo, proporciona novas maneiras de ensinar e aprender, trazendo à educação características inovadoras que podem motivar professores e alunos, e que podem ser bastante significativas no desenvolvimento da autonomia, da criatividade e da possibilidade de execução na construção do conhecimento. Assim, faz-se necessário que as escolas sejam equipadas com bons computadores, acesso à Internet e outros recursos tecnológicos. Porém, isso apenas não é suficiente. Segundo Farias (2002/2003), não basta equipar as escolas com materiais, é necessário que se cuide do material humano, pensando numa formação continuada para que a incorporação de tecnologias como o computador possa realmente contribuir com a educação. O professor deve ser capacitado a usar a ferramenta digital, transformando assim a sua aula.

Santiago (2008) coloca que no Brasil, muitos professores atuando nas séries iniciais do Ensino Fundamental e salas de alfabetização não possuem uma habilitação mínima exigida pela lei. Outros necessitam de formação continuada. O autor cita que “o MEC tem estimulado a criação de programas de formação de professores por todo o país” (SANTIAGO, p.83). Uma das possibilidades dessa formação continuada é a Educação a Distância, na qual o professor recebe formação sem precisar deixar de realizar suas atividades em sala de aula. A evolução das novas tecnologias possibilita também uma mudança e crescimento nessa modalidade de ensino a distância, principalmente fazendo uso da Internet. Essa modalidade de ensino que antes era feita por rádio, TV e correspondência, torna-se hoje mais presente. Segundo Gadotti, as novas tecnologias permitiram a criação de novos espaços para o conhecimento. “Agora, além da escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se educativos. Cada dia mais pessoas estudam em casa, pois podem, de casa, acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem a distância” (GADOTTI, p.7). A EaD (Educação a Distância) possibilita aos alunos estudarem em diferentes lugares e diferentes momentos. Assim, o aluno cria os horários que são mais adequados para a realização de suas leituras e tarefas, sem ter que enfrentar problemas de trânsito e deslocamentos.

Ao pensar no processo educativo, não se deve apenas imaginar a situação de estudantes em escolas regulares. É importante estender a alfabetização digital para toda a população. Para Meregalli et al, “cabe ao processo educativo auxiliar na constituição da uma nova sociedade, favorecer aos indivíduos a dominação da linguagem digital, desenvolver potenciais e estruturar competências e habilidades essenciais para a participação ativa nessa rede social”. Sabe-se que boa parte da população não tem condições financeiras para ter um computador ou mantê-lo atualizado, o que dificulta o acesso às tecnologias. Também deve-se lembrar que mesmo tendo alguns telecentros, muitas pessoas não sabem como utilizar essa tecnologia. Assim, as escolas, por exemplo, podem ficar abertas, com profissionais responsáveis em oferecer essa alfabetização digital para toda a comunidade. Santiago (2008) expõe sua preocupação com a “carência de formação de profissionais para desenvolver atividades com o apoio das novas tecnologias” (SANTIAGO, p.88) O autor coloca ainda que no seu entendimento, um grande benefício indireto advindo da formação a distância para professores, com o uso da Internet, é a “fluência tecnológica que o educador acabará desenvolvendo na convivência com seus colegas professores e com a própria Internet” (SANTIAGO, p.88).

Há alguns programas do governo buscando melhorias na questão da inclusão digital, como o projeto banda larga nas escolas, citado no portal da inclusão digital. Segundo as informações, todas as escolas públicas que tenham mais de 50 alunos terão laboratórios de informática equipados com computadores e banda larga e capacitação dos professores. Isso até daqui a três anos. Há alguns outros programas, como o Acessa São Paulo, Acessa Jundiaí, Ação Digital, Banco do Brasil, BH-Digital, Casa Brasil, Casa Vitória, entre outros.

Porém, muito ainda há que se fazer, para que a população possa realmente ser incluída digitalmente. Uma possível solução seria implantar telecentros em parceria com entidades presentes na comunidade. Com isso, haveria “uma óbvia redução de custos já que não se constroem novos espaços, adaptam-se espaços pré-existentes muito bem localizados do ponto de vista das comunidades que se deseja atingir” (ASSUMPÇÃO, 2001, p.92). Outra proposta mais imediata com relação a profissionais que possam alfabetizar digitalmente a comunidade seria oferecer uma bolsa para bons estudantes universitários que estão habituados a lidar com as tecnologias em seus cursos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FARIAS, Isabel Maria Sabino. Os professores e as Tecnologias na escola: limites e perspectivas da inovação. Tecnologia Educacional. Anos 2002/2003, n.159/160.

SANTIAGO, Glauber. Educação a Distância para Educação Musical 1. UFSCar Virtual: São Carlos, 2008.

ASSUMPÇÃO, Rodrigo Ortiz D’Avila. Além da Inclusão Digital: O Projeto sampa.org. São Paulo, 2001. Disponível em:
Acesso em 20 out. 2009

GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educação. Disponível em:
Acesso em 20 out. 2009.

MEREGALLI, Ana Claudia et al. A Inclusão digital na educação infantil. Disponível em:
Acesso em: 19 out. 2009

Portal inclusão digital. Disponível em Acesso em: 20 out. 2009

Educação e Inclusão digital. Disponível, em:
Acesso em: 19 out. 2009

domingo, 18 de outubro de 2009

O que esperar do blog

Olá seguidores e visitantes,

A ideia deste blog é trazer informações e ideias sobre educação musical. Também abordar temas como educação em geral, desenvolvimento humano, educação à distância e uso de tecnologia na atualidade. Algumas atividades realizadas na escola também serão postadas, para que vocês conheçam um pouquinho do nosso trabalho.

Um grande abraço a todos e espero que possam aprender e se divertir!