O educador Emile-Jacques Dalcroze, filho de pais suíços, nasceu em 1865 em Viena e faleceu em 1950. Foi professor no Conservatório de Genebra e suas observações o levaram a “propor um trabalho sistemático de educação musical baseado no movimento corporal e na habilidade de escrita” (Fonterrada, 2005, pag 110). O início de suas investigações, segundo Fonterrada (2005), se deu ao constatar que mesmo os bons alunos apresentavam dificuldades para cantar acompanhando os influxos rítmicos das melodias. Eles conseguiam compreender intelectualmente a rítmica das melodias, mas não controlavam os movimentos de seu aparelho vocal. A mesma autora coloca que na época, o ensino de música não promovia as ligações entre a atividade intelectual e as sensações auditivas. Assim, os alunos não imaginavam o som das notas que utilizavam nos seus exercícios de harmonia. Também sua execução era pouco musical, de forma mais mecânica. Dalcroze percebeu então que deveria fazer um trabalho corporal para desenvolver nos alunos a coordenação entre olhos, ouvidos, mente e corpo, tão necessária para uma execução vocal ou instrumental. O educador desenvolveu um sistema de treinamento musical rítmico que proporcionava uma constante comunicação entre o cérebro e o corpo. Assim, o sentido rítmico se transformava numa experiência corporal. Esse sistema passou a ser conhecido como euritmia, que é um meio para se atingir a plena musicalidade. Algumas pessoas confundem a euritmia com algum tipo de dança, mas os movimentos utilizados são improvisados pelos próprios alunos, impulsionados pela música.
Segundo Moreira (2005), “o método Dalcroze hoje é destacado apenas por seus aspectos rítmicos, de maneira que não há a aplicação integral do método do modo como foi concebido”. O método defende uma educação por e para a música e se divide em três partes: euritmia, solfejo e improvisação. Moreira ainda afirma que para o educador, a experiência sensorial e a prática devem anteceder o pensamento intelectual e a teoria. Iramar Rodrigues, brasileiro e erradicado na Suíça, professor do Instituto Dalcroze em Genebra, cita que para Dalcroze, a euritmia não era um “fim”, mas um “meio” e que ela deveria “ser a base da educação das crianças, como também a do estudo da música”.
FONTES
FONTERRADA, Marisa T de O. De Tramas e Fios: um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Editora UNESP, 2005
MOREIRA, Ana Lucia I. G. Iniciação ao Piano para crianças: um olhar sobre a prática pedagógica em conservatórios da cidade de São Paulo (dissertação de mestrado). São Paulo: UNESP, 2005
RODRIGUES, Iramar E. A Rítmica de Émile Jacques-Dalcroze: Uma educação por e para a Música. (apostila de curso realizado em 2008 – São Paulo)
Dalcroze, Orff, Suzuki e Kodály: semelhanças, diferenças, especificidades. Disponível em: www.dianagoulart.pro.br/english/artigos/dkos.htm Acesso em 3 nov. 2009.
Olá,muito obrigado por criar um blog que presta serviços informativos acerca da teoria musical e dos educadores musicais.lisbcost@gmail.com
ResponderExcluirOlá Helenice!
ResponderExcluirSou Fabio Dias, estudo e trabalho com Dalcroze aplicado ao Circo. Parabens pelo Blog!
Procurei seu e-mail em seu perfil e não achei, estudei na UFSCar e gostaria de te perguntar algumas coisas sobre Dalcroze.
Pode me ajudar?
Meu e-mail: fabublues@yahoo.com.br
Abraços!